sábado, 5 de dezembro de 2009

Dia Mundial da Alimentação - 16 de Outubro





No dia 16 de Outubro, a nossa escola comemorou o Dia Mundial da Alimentação. Foram expostos trabalhos sobre provérbios relacionados com a alimentação, realizados pelas 4 turmas e ouvimos a história tradicional "O Caldo de Pedra". Depois o frade visitou as salas, afim de recolher os ingredientes necessários para fazer uma boa sopa no recreio da escola. Finalizámos esta comemoração com a canção "Come a sopa, vá lá" do Avô Cantigas, acompanhados pelo Professor Carlos de Expressão Musical. Foi um dia de grande aprendizagem e diversão.


O CALDO DE PEDRA


Um frade andava a pedir; chegou à porta de um lavrador, mas não lhe quiseram aí dar nada. O frade estava a cair com fome, e disse:
– Vou ver se faço um caldinho de pedra. E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para ela para ver se era boa para fazer um caldo. A gente da casa pôs-se a rir do frade e daquela lembrança. Diz o frade:
– Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa muito boa.
Responderam-lhe:
– Sempre queremos ver isso.
Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, disse:
– Se me emprestassem aí um pucarinho.
Deram-lhe uma panela de barro. Ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra dentro.
– Agora se me deixassem estar a panelinha aí ao pé das brasas.
Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, disse ele:
– Com um bocadinho de unto é que o caldo ficava de primor.
Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada para o que via. Diz o frade, provando o caldo:
– Está um bocadinho insosso; bem precisa de uma pedrinha de sal.
Também lhe deram o sal. Temperou, provou, e disse:
-Agora é que com uns olhinhos de couve ficava que os anjos o comeriam.
A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves tenras. O frade limpou-as, e ripou-as com os dedos deitando as folhas na panela.
Quando os olhos já estavam aferventados disse o frade:
– Ai, um naquinho de chouriço é que lhe dava uma graça...
Trouxeram-lhe um pedaço de chouriço; ele botou-o à panela, e enquanto se cozia, tirou do alforge pão, e arranjou-se para comer com vagar. O caldo cheirava que era um regalo. Comeu e lambeu o beiço; depois de despejada a panela ficou a pedra no fundo; a gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou-lhe:
– Ó senhor frade, então a pedra?
Respondeu o frade:
– A pedra lavo-a e levo-a comigo para outra vez.
E assim comeu onde não lhe queriam dar nada.

http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/infantil/teofilo.html#caldo

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